Norival de Oliveira Galvão nasceu no sítio Caldeirão, em 16 de abril de 1921. Ele foi um cidadão dedicado e amante de São Bento do Una, uma terra abençoada pelo Bom Jesus. Sua vida foi marcada por momentos de superação, trabalho árduo e amor à sua comunidade.
Norival é filho de João Cordeiro Galvão, natural de Pesqueira – PE, e Deolinda de Oliveira Galvão, natural da cidade de Quipapá – PE. Quando se casaram, eles se estabeleceram no sítio Cacimbão, que pertence à cidade de Pesqueira. A família Galvão chegou a São Bento do Una no final da década de 1910, quando os pais de Norival adquiriram uma fazenda no sítio Cacimbão. Foi lá que nasceram os filhos mais novos do casal, incluindo Norival, o nono filho de uma família de quatorze irmãos: Noêmia, Naíde, Nelsina, Nelina, Nicanor, Nilza, Nelzira, Normélio, Norival (nosso homenageado), Noberto, Nadiel, Nael, Nelson e Nélia. Até esta data, apenas Nael e Nélia estão vivos, juntamente com uma infinidade de sobrinhos, formando a tradicional família Galvão de São Bento do Una.
A infância de Norival, junto com seus irmãos, foi marcada pelo trabalho rural, mas também pelo incentivo aos estudos e à leitura. Sua mãe, Deolinda, alfabetizava seus filhos, ensinando-os a ler, escrever e fazer cálculos matemáticos. Sentindo a necessidade de melhorar ainda mais o conhecimento de seus filhos, João e Deolinda contratavam o professor João Siqueira, que dava aulas particulares na cidade de São Bento do Una, para aprimorar o conhecimento de seus filhos, permitindo que todos fossem alfabetizados e tivessem cada vez mais acesso à educação.
Aos 18 anos, Norival ingressou no Exército Brasileiro e serviu no quartel da cidade de Garanhuns, em Pernambuco. Nesse período, o mundo vivenciava a Segunda Guerra Mundial, e muitos jovens brasileiros foram convocados para servir na Europa. Apesar de ter participado de três sorteios, seu nome nunca foi selecionado para seguir viagem. Acredita-se que isso ocorreu devido às constantes preces e promessas realizadas por sua mãe, que ficava extremamente aflita com a possibilidade de ver seu filho partir para a guerra. No entanto, Norival mostrava-se determinado e corajoso para enfrentar esse desafio, chegando a realizar serenatas em São Bento, despedindo-se dos familiares e amigos, deixando um rastro de emoção e lágrimas entre seus entes queridos.
Após o término da guerra, muitos soldados foram dispensados, e Norival, ao sair do Exército Brasileiro, decidiu aprimorar seus conhecimentos e dedicou-se ao curso de alfaiataria. Sua habilidade e sabedoria fizeram dele o melhor alfaiate da região, conquistando o reconhecimento de todos ao seu redor. Era exigente, perfeccionista e muito responsável em suas medidas e encomendas. Fazia calças e ternos com muita perfeição, e por muitos anos essa foi sua principal fonte de renda para sustentar sua família.
Aos 28 anos, Norival encontrou o amor de sua vida, Amelia Ferreira de Moraes, com quem casou-se e compartilhou a vida por quarenta e seis anos, até ficar viúvo. Dessa união matrimonial, nasceram quatro filhos: Telmo Moraes Galvão, Telvânio Moraes Galvão, Tânia Maria Moraes Galvão e Telcio Moraes Galvão.
Embora tenha vivido em São Bento do Una durante sua formação familiar, Norival também passou pela cidade de Garanhuns, onde buscou melhores oportunidades de vida. Ele fixou residência no Distrito de São Pedro de Garanhuns, enquanto sua família permaneceu na sede do município. Anos depois, devido a alguns contratempos, Norival decidiu retornar à sua cidade natal, estabelecendo-se no Sítio Lagoa do Forte, em 1960, localizado atrás da atual empresa Bom Leite.
Nesse período, Norival dividia suas atividades entre o sítio, o trabalho no campo e a criação de vacas, além de exercer a profissão de alfaiate. Ele trabalhava muito e vivia sempre ocupado e distante de tudo, devido às muitas responsabilidades. Nessa época, foi convidado a participar do cursilho, juntamente com sua esposa. Após essa experiência de fé, Norival passou a ser presente nas pastorais, movimentos e serviços da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Pobres Aflitos, sendo um assíduo participante das missas dominicais e um fiel devoto do Bom Jesus e do Sagrado Coração de Jesus. Sua vida foi transformada em um testemunho de amor à família, dedicação ao próximo, sempre solidário e participativo na vida da comunidade.
Em 1980, após várias mudanças, Norival e Amelia finalmente conseguiram financiar uma casa para a família. Esse período coincidiu com o surgimento do bairro João Paulo II, um loteamento idealizado pelo empresário imobiliário Paulo Afonso Veloso Cintra, que intermediou a negociação do imóvel. A família de Norival e Dona Amelia tornou-se uma das primeiras a residir no novo loteamento, estabelecendo-se na rua 1, número 01, do bairro João Paulo II, onde permaneceram até o final de suas vidas.
Durante 46 anos, Norival e Amélia construíram uma união sólida e repleta de amor, enfrentando juntos os desafios da vida. No dia 18 de fevereiro de 1995, ocorreu o falecimento de sua companheira, deixando Norival viúvo aos 73 anos.
No ano seguinte, aos 74 anos de idade, Norival decidiu não ficar sozinho e uniu-se a Paula Cavalcante, com quem compartilhou mais 20 anos de vida conjugal.
No dia 11 de março de 2016, aos 95 anos de idade, Norival de Oliveira Galvão partiu para a eternidade, deixando um legado de amor, muita fé, dedicação e valores para seus filhos, netos e para toda a comunidade de São Bento do Una.
Sua trajetória foi marcada pelo trabalho, resiliência e amor à sua cidade natal, o que justifica plenamente essa distinta homenagem proferida pela Casa Legislativa. Por meio deste projeto de lei, damos o nome de Norival de Oliveira Galvão a essa importante praça pública, localizada em frente à residência que, por muitas décadas, foi o seu lar e o de sua família, perpetuando sua memória e reconhecendo sua contribuição na história da comunidade e do nosso município.
Que sua história de vida sirva como exemplo de determinação, comprometimento e amor à nossa querida São Bento do Una.
Por meio do PROJETO DE LEI Nº 08/2023, de Autoria do Vereador Bruno Cavalcante Braga, aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores de São Bento do Una, deu-se o nome da Praça Municipal situada entre o Bairro João Paulo II e a Rua Eudo Barbosa de Norival de Oliveira Galvão.
Que teve como objetivo prestar uma justa homenagem ao ilustre Norival de Oliveira Galvão, reconhecendo sua contribuição e dedicação à nossa comunidade. Norival foi uma figura admirável, cuja trajetória de vida foi marcada por valores como amor, trabalho árduo e comprometimento com São Bento do Una.
Ao dar seu nome a uma praça municipal, desejamos perpetuar sua memória e destacar sua importância para o desenvolvimento do nosso município.